LEPTOSPIROSE BOVINA
Leptospirose é uma doença infecto-contagiosa, de caráter zoonótico, causada por bactérias do gênero Leptospira spp. As leptospiras são agrupadas em sorogrupo sem especificidade de hospedeiro. O principal reservatório para bovinos são animais infectados, que contaminam o pasto, água ou alimentos com urina em que a bactéria está presente. Restos placentários e fetos abortados também representam risco de infecção. A presença de Leptospirasspp. pode ser detectada na urina por até até 180 dias após a infecção. Para bovinos, os principais sinais clínicos associados a leptospirose são:repetições de cio, infertilidade, abortos, mortes de bezerros, nascimento de bezerros fracos ou mortos. A taxa de aborto no final da gestação, pode chegar a 40%. O diagnóstico recomendado pela OIE é realizado através da técnica de microaglutinação (MAT).
COMO DIFERENCIAR ANIMAIS VACINADOS DE INFECÇÃO ATIVA
O Laboratório VERTÀ realiza a microaglutinação (MAT), para o diagnóstico de Leptospirose, que é o “padrão ouro” proposto pela OIE, que se baseia na detecção de anticorpos frente a diferentes sorogrupos de leptospiras (antígenos).Na técnica de MAT utiliza-se culturas vivas de Leptospira spp. dos diferentes sorovares para pesquisa e quantificação (titulação) de anticorpos (IgM/IgG) no soro. Os anticorpos contra Leptospira spp. podem ser detectados no soro dos animais já no início da infecção, sendo que o título aumenta à medida que a infecção evolui. As vacinas comerciais induzem anticorpos vacinais durante período variável, e nem sempre são detectados anticorpos frente a todos os sorogrupos presentes na vacina. É importante compreender que não há relação entre título de anticorpos vacinais e proteção, visto que a proteção depende de imunidade humoral(mediada por anticorpos, ex. IgG; IgM; IgA) e celular (mediada por linfócitos T). Para diferenciar soro conversão vacinal de infecção no teste de MAT devem ser considerado os seguintes aspectos:
- PONTO DE CORTE: é a mínima diluição do soro a ser testado. Conforme recomendação da OIE, o ponto de corte deve ser 1:100. Em caso de reação positiva, deverão ser realizadas as diluições 1:400, 1:800, 1:1600, 1:3200 e 1:6400 para o sorogrupo positivo.
INTERPRETANDO O EXAME SOROLÓGICO LEPTOSPIROSE BOVINA
- SOROCONVERSÃO VACINAL: a produção de anticorpos contra Leptospira spp. inicia aproximadamente 14 dias após vacinação, atingindo pico aproximadamente 70 dias após a primeira dose da vacina, passando a reduzir os títulos gradativamente. Para alguns sorovares o título de anticorpos pode perdurar até 180 dias, entretanto, para outros, a soroconversão não é observada. Não é recomendado sorologia de leptospirose até 90 dias após a vacinação. Para animais vacinados título ≤200 sugere soroconversão vacinal.
- REAÇÕES CRUZADAS: a técnica de MAT é sorogrupo específica e não sorovar específica, pois existe forte reação cruzada entre os sorovares do mesmo sorogrupo. Inclusive, observa-se reação cruzada entre diferentes sorogrupos em algumas situações como por exemplo na fase aguda da infecção, em que há predomínio de IgM.
- TÍTULO SUGESTIVO DE INFECÇÃO E DIAGNÓSTICO DEFINITIVO: apenas título ≥400confirmam infecção ativa. Para animais NÃO VACINADOS o título100 e para animais VACINADOS o título 200 SUGERE infecção. Assim, para animais com títulos < 400 (100 ou 200), a infecção deve ser confirmada pela sorologia pareada com intervalo entre as coletas de 15-21 dias. Neste caso, um aumento de 4 vezes ou mais no título entre as duas coletas confirma a infecção. No caso de soroconversão vacinal ou não infectados (reação cruzada) o título tende a se manter estável ou diminuir. O diagnóstico definitivo também pode ser realizado através da detecção do agente pela PCR em restos fetais, secreções vaginais ou urina, o VERTA também tem este exame pra você.
- SOROGRUPOS UTILIZADOS NA ROTINA DO LABORATÓRIO VERTÀ: